terça-feira, 30 de novembro de 2010

Telhados brancos poderão se tornar obrigatórios em São Paulo

Em São Paulo, projeto de lei pretende tornar obrigatória a pintura de lajes e telhados da cidade.


Aprovado recentemente em primeira fase na Câmara dos Vereadores de São Paulo, o Projeto de Lei prevê uma mudança drástica nas edificações da cidade. "O PL 615/09, que modifica o Código de Obras e Edificações de São Paulo (COE-SP)", Com o intuito de diminuir as ilhas de calor presentes nos grandes centros urbanos, a prefeitura de São Paulo pretende estabeler a obrigatóriedade de pintar os tetos e lajes da cidade de branco.

Em recentes estudos nos Estadoa Unidos o  pesquisador Akbari Hashem, do Lawrence Berkley National Laboratory, afirmou que pintar os telhados de branco pode ajudar a combater o aquecimento global, diminuindo a temperatura das ilhas de calor nos grandes centros urbanos, vez que enquanto as coberturas escuras absorvem 80% do calor externo, as claras refletem até 90% da luz solar. 


Os estudos afirmam que ao refletirem os raios solares de volta para o espaço, os telhados, calçamentos, pintados de branco, podem gerar uma economia equivalente a tirar de circulação todos os carros do mundo por onze anos, diminuindo também o uso do ar condicionado nas edificações

No caso da capital paulista, as mudanças serão acrescentadas em código de lei como componentes básicos de uma edificação. Sendo aprovada, "as edificações deverão ser adaptadas à disposição desta lei no prazo de 180 dias, contados da data de sua publicação". As despesas decorrentes da execução desta lei deverão ser pagas pelo próprio dono da edificação.




A Ong responsavel pelo projeto, one Degree Less (http://www.onedegreeless.org/pt/index.php) apresenta um forte marketing na sua campanha, personalidades de diversos seguimentos apoiam o projeto. No Brasil a Ong tem o apoio da o da GBC e da prefeitura do município de São Paulo, e o patrocínio da SherwinWillians , Dow Química e MWM. Com estudos realizados em alguns lugares dos Estados Unidos, foram obtidos alguns numeros em redução do consumo de energia. De fato, sabemos que superfícies de cores claras tem a capacidade de reter menos o calor, mas não é só isso, outros fatores são importantes para um resultado positivo. A PL 615/09 prevê um imediata pintura dos telhados e lajes da cidade sem ter passado por análises mais pronfundas e detalhadas. Pontos como absorção da tinta, custo-benefício e impacto ambiental devem passar por análises mais rigorasas que possam comprovar um melhor resultado da mudança. A aprovação precipitada de uma implantação genérica em uma cidade como São Paulo, pode ser arriscada colocando em jogo outros fatores que não foram melhor avaliados. Cabe aos engenheiros, arquitetos e ambientalistas discutirem melhor, junto à prefeitura da cidade, alternativas e tertes em novas construções, por exemplo.


Existem hoje algumas alternativas que podem ser tomadas para que o telhado seja modificado para a cor branca. Uma delas é a colocação de coberturas metálicas na cor branca. Outra é a pintura com tintas especiais para telhas ou com impermeabilizantes para lajes e marquises. Além disso, é possível a colocação de telhas brancas, sejam elas de cimento ou de metal.

Fonte:

domingo, 28 de novembro de 2010

Exposição de Fotografias Modernistas Brasileira "Moderna Para Sempre"

Foto de Chakib Jabor
 O Centro de Arte Contemporânea e Fotografia da Dundação Clovis Salgado, recebe a exposição "Moderna Para Sempre - A fotografia modernista brasileira na coleção Itaú. A mostra apresenta 87 obras de 26 artistas prodizida sentre 1940 e 1970, sobretudo na década de 50. "Quando na esteira do modernismo europeu e americano da década de 20, os artistas brasileiros entraram na discussão sobre os limites da arte fotográfica". Este recorte da coleção de fotografias do Itaú mergulha, sobretudo, no movimento fotoclubista brasileiro.  



 Pude observar na exposição a identidade do trabalho dos atistas que parece seguir o périodo  em que produziram as obras. De fato as décadas 50 do século passado que foi desencadeado as tendencias modernistas. Este foi resultado, em grande parte, da assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no começo do século XX.

Algumas das fotografias expostas procuram retratar os reflexos do modernismo no país. Paulo Pires, por exemplo, retrata a metrópole paulistana em vertiginoso crescimento, com seu trabalho sobre o Copan de Niemeyer, como se observa na foto linhas. 






Foto de José Yale
A arquitetura foi registrada em muitas fotografias, afinal o modernismo refletiu incisivamente nas construções da metade do século XX no Brasil. O crescimento indústrial e urbano do páis teve um importante papel no fotoclubismo nacional.
A exposição traz as obras dos artistas: Ademar Manarini, André Carneiro, Chico Albuquerque, Chakib Jabor, Dalmo Teixeira, Délcio Capistrano, Eduardo Enfeldt, Eduardo Salvatore, Francisco Quintas Jr., Georges Radó, Geraldo de Barros, German Lorca, Gertrudes Altschul, Gunter E. Schroeder, João Bizarro da Nave Filho, José Oitica Filho, José Yalenti, Lucilio Correia Leite Jr., Julio Agostinelli, Marcel Giró, Nelson Kojranski, Osmar Peçanha, Paulo Pires, Rubens Teixeira Scavone, Thomaz Fakas e Tufi Kanji.


Foto de José Yalenti
Foto de  Dalmo Teixeira



 A exposição estará aberta até p dia 19 de dezembro com entranda franca no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia





Quintas da Dança - Palácio das Artes

A Cia de Dança do Palácio das Artes esta fazendo intervenções no Hall de entrada e espaçoes de circulação do Palácio Todas as quintas-feiras as 18hrs e 30min.







"Quintas da Dança" se tornou um espço de exposição de experimentações e propostas dos bailarinos da cia de dança. Estamos acostumados a espetáculos ocorrendo em palcos ou, pelo menos, em lugares reservados para tais eventos. No entanto, o evento apresentado se trata de intervenções em espaços de circulação e com ampla visibilidade do público que passa na calçada em frente. Acredito que uma grande parcela da população talves nunca tenha entrado no Palácio das artes, muito menos tenha assistido um espetáculo de dança. A proposta dos bailarinos faz uso de um espaço atípico se misturando aos recepcionistas e funcionários do local.




Este ano as apresentações ocorrerão todas as quintas, as 18h30, com a última apresentação no dia 16 de dezembro no Hall de entrada principal com entrada livre.


Confira mais fotos:

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Visita ao Museu das Minas e do Metal EB

Patrocinado pelo grupo EBX, o Museu das Minas e do Metal (MMM), em Belo Horizonte, é um dos mais modernos do mundo, integrando o Circuito Cultural Praça da Liberdade. O museu está instalado no prédio da antiga Secretária da Educação, procurou-se adequar um prédio de 1897 e tombado pelo IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), às necessidades de um museu contemporâneo.


O museu foi equipado com diversos recursos tecnológicos, ajudando o visitante a entender melhor o acervo.Através de acervo virtual, imagens cenográficas, atrações interativas, miragens e holografias, o museu procura surpreende os visitantes. A esposição mescla ciência e história, aborta o processo de formação e desenvolvimento do planeta terra até os dias de hoje. Junto aos recursos tecnológicos, o museu conta com guias que ajudam na condução do visitante. 

Em uma parte do museu encontramos um mapa interativo que mostram as jazidas minerais ilustrando a evolução histórica da atividade metalúrgica no estado do período colonial até o presente. Nesse recurso o visitante tem a oportunidade de interagir atravésde uma tela sensível ao toque, apresentando de forma didática os “Caminhos das Minas”: das antiga
s explorações aos grandes pólos da produção atual, dos caminhos históricos, como a Estrada Real, às atuais "Ferrovias do Aço". 
Em outro espaçopodemos conhecer mais sobre a rotina e o histórico de uma mina perto de Belo Horizonte, neste ambiente é exposto o histórico da região desde antes da exploração, mostrando os processos de exploração e de recuperação de áres ja não mais exploradas. Também é apresentado ao visitante a série de leis e regulamentações que envolve a atividade mineradora.

A sala "Chão de estrelas", funciona como um planetário invertido, uma instalão com alguns telescópios apontados para o chão, permite que o visitante visualise as formas e estruturas  de alguns minérios, gemas e minerais sob o piso de vidro.





A visita ao Museu das Minas e do Metal foi muito produtiva e interessente, de fato ele procura envolver o público fazendo com que haja intereção com os ambientes. A presença de monitores também é um ponto positivo, eles auxiliam e esclarecem as dúvidas e buscando sempre melhor entendimento dos visitantes.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Peça Teatral "Música Urbana"

O Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado apresenta entre os dias 20 e 26 espetaculos de jovens estudantes de teatro. Música Urbana e Meu Espaço Neste Mundo são os dois espetaculos apresentados, ambos foram motados pelos alunos e professores e contam com entrada franca. Confira os horáios das apresentações no site da Fundação Clovis Salgado.

A motagem “Música Urbana”, interpretada por crianças de 9 a 12 anos, é fruto de uma improvisação de alunos do primeiro semestre de 2010 do Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado. A históia se passa em espaços públicos de um grande centro urbano, um grupo de amigos grafiteiros resolve ajudar um componente do grupo a realizar uma grande declaração de amor.

As cenas se passaem em lugares comuns de uma cidade, o enredo aborda as diferentes relações entre as pessoas diariamente nas ruas da cidade. Em uma praça central vários tipos de situações ocorrem, vendedores ambulantes, turistas e pessoas de diferentes classes sociais se encontram, ou pelo menos se esbarram. De forma descontrída, os jovens atores conseguiram representar as diversas situações do cotiano, até mesmo dentro de ônibus lotado. A abordagem do uso dos espaços público para manifestações, como por exemplo a grafitagem e o meio urbano, como pano de fundo para os contrastes culturais e sociais, foi o foco dos pequenos atores.



terça-feira, 23 de novembro de 2010

Projeto para revitalização da região central de São Paulo conhecida como "Cracolândia"

A Prefeitura apresenta primeira fase do projeto de revitalização da região cenrtal do município

Cracolândia é uma conhecida região no centro da cidade de São Paulo, nas imediações das avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a rua Mauá, onde historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas. Recentemente, a Prefeitura de São Paulo lançou um programa denominado "Nova Luz" para promover a reconfiguração e requalificação da área.


O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal e iniciado em 2005. Os planos incluem a desapropriação de pelo menos 89 imóveis degradados, entre outros tipos de edificações, como por exemplo, estacionamentos e galpões. Essa ação abrirá espaço para calçadas mais largas, ciclovias e um novo parque. O intuito da prefeitura é também, atrair sedes de empresas criando um pólo de comercio e serviços. Desde a epóca da aprovação do projeto a prefeitura iniciou algumas modificações na região, recapeamento da pavimentação, maior iluminação pública e policiamento mais intenso.
Na quarta-feira (17/11/2010) a prefeitura lançou a primeira fase de abertura de consulta pública do projeto preliminar de reurbanização da área que compõe 500 mil m². 
O projeto aborda três principais pontos: aproveitamento da vitalidade do comércio e das atividades culturais existentes para atrair novos moradores, trabalhadores, estudantes e visitantes; potencialização do investimento público realizado em infraestrutura de transporte e cultura; e indução ao desenvolvimento e investimentos na área por meio de concessão urbanística. Aproveitando da acessibilidade da região, a reforma pretende previlegiar o o uso dos novos espaços principalmente por pedestres e ciclistas. Oferecendo novas oportunidades de trabalho e moradia em um lugar agradável e dinâmico, atraindo também a população para eventos culturais. "Um bairro sustentável" é a visão da região Nova Luz.
Inspirado em pontos turísticos de cidades como Barcelona e Nova Iorque, o projeto preliminar prevê uma estrutura urbanistica composta por três eixos. O primeiro abrange a região da rua Vitória, inspirado na Rambla, a principal rua turística de Barcelona, deve se tornar uma "boulevard" de 13 m de largura, sendo permitido somente o trânsito de pedestres e bicicletas. Na rua dos Gusmões, o projeto é um parque "similar ao Bryant Park, em Nova Iorque", haverá um centro de entretenimento, com cinemas, cafés e lojas. "Haverá também uma revitalização na área entre a avenida Duque de Caxias e a rua Mauá para a criação de um passeio cultural. Ainda, o corredor Rio Branco deverá ter as calçadas aumentadas e receber ciclovias". Outras praças estão previstas para o projeto. O acesso ao metrô e linhas de transporte público também recebe atenção, incentivando e facilitando o acesso do usuário ao serviço.

Rua Vitória virará "boulevard" inspirada em La Rambla, em Barcelona
Setor cultural e de entretenimento
Como já visto a revitalização pretende diminuir a circulação de carros, incentivar o comércio já existente, atrair novos moradores e aumentar as áreas verdes. No entanto, pontos importantes não foram aprofundandos e sofrem severas críticas. Para alguns a reforma no bairro da Luz não passa de uma "limpeza social", o projeto se torna excludente, pois não trata com clareza a situação dos viciados que circulam na área, em sua maioria menores de idade, e moradores de rua. "Alguns críticos alegam que o projeto ignora ideias mais criativas que poderiam ser tomadas para a região através de outros arquitetos, urbanistas, engenheiros e sociólogos".

Corredor da Avenida Rio Branco
Parque Nébias, inspirado no Bryant Park, em Nova Iorque
Passeio cultural na Rua Mauá
Separação por setores da Nova Luz após a reformulação
De fato, a iniciativa de uma revitalização de uma região central degradada que visa o acesso preferencial do pedestre é fundamental para os grandes centros urbanos. O que não pode ser desconsiderado, nesse e em casos semelhantes, é o contexto social da localidade. A região apresenta problemas sociais conhecidos em todo país, e uma reforma urbana excludente não solucionará o problema, simplismente o mandará para outro lugar.  
O projeto ainda passará por discussões setoriais, com agentes públicos, comerciantes, moradores e demais interessados em audiências públicas. A intenção deve ser evoluir o projeto para que o mesmo alcançe uma estrutura de inclusão não desprezando a população local. Contando com a colaboração de toda dos moradores para que a obra seja de real utilidade e acessivel aos locais e toda cidade, não se tornando mais uma 
"maquiagem urbana" ou uma região de especulação imobiliária.


fontes:
  

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Nova Subida para Petrópolis

Construída a quase 100 anos, o trecho da rodovia 040, conhecido como rodovia  Washington Luiz, faz o acesso entre a capital do Rio de Janeiro e a cidade de Petrópolis. Em meio a mata atlântica, a rodovia 040 é uma importante ligação entre municípios e regiões metropolitana do Rio de Janeiro. A Concer, empresa responsável pela administração da rodovia, planeja até 2014 a duplicação e modernização da via, aumentando a segurança dos usuários e reduzindo o tempo de viagem. A obra prevê também a construção do maior tunel rodoviário do país, com quase 5 mil metros de comprimento passando por dentro da serra, segundo a empresa responsável a obra foi escolhida por apresentar a solução com menor impacto ambiental. Pontos concernentes ao incentivo turístico também foram considerados no projeto. 
A concer produziu uma animação com a projeto a ser construido.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Segunda edição da exposição "Deriva"

"Tempos modernos"

Observações sobre o transporte público na capital mineira no passado e hoje.

Se existe um assunto sempre presente nas reclamações dos belorizontinos, este com toda certeza é o trânsito. A insatisfação da população é proporcional ao grau de dificuldade que é fazer, por exemplo, o pecurso Pampulha-Centro. As ruas cada vez mais cheias de carros, faz com que algumas iniciativas, como o alargamento de principais vias de acesso ao centro, sejam realizadas a fim de comportar o volume de carros presentes na cidade. Mas isso tem dado certo?


A verdade é que o caos no trânsito de BH, é resultado direto de um transporte público ineficiente e caro. Um serviço público que deveria proporcionar conforto e praticidade,  acaba não atendendo satisfatóriamente à população, fazendo da capital mineira uma das maiores em proporção veículo por habitante do país. Enquantos os ônibus circulam lotados, os carros seguem com somente uma pessoa. O uso de bicicletas na cidade é muito restrito, o relevo acidentado e a falta de ciclovias inibem o uso desse meio de locomoção. Essa realidade, junto a relativa facilidade de adquirir um automóvel, contruibuiu e muito para os transtornos que vivenciamos no trânsito atualmente.  

Um transporte público de qualidade, pode e deve ser a solução para os grandes centros urbanos, evitando o grande volume de veículos individuais, usados para sanar uma deficiência na organização urbana. Mas a criação de um transporte público eficiente, exige grandes investimentos e isso envolve interesses políticos e sociais que afetam sistemáticamente a rotina da cidade. Com efeito, a história que envolve o crescimento de uma cidade, é de suma importância e nos faz enteder a conjuntura atual.  No caso de Belo Horizonte, primeira cidade brasileira planejada e executada nos moldes do modernismo, podemos identificar desde a sua construção, fatores importantes que definem os rumos do seu crescimento. 

Planejada para ser a capital política e administrativa do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte sofreu fortes influências da ideologia positivista da República brasileira. Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro,  conhecida hoje como Avenida do Contorno. "Sob o ponto de vista topográfico, a localidade era apropriada a uma cidade de 200 a 500 mil habitantes, seguindo todas as regras da higiene e da estética",de acordo com Samuel Gomes Ferreira, engenheiro responsável pelo estudo de Belo Horizonte.



A cidade seguiu em relativa instagnação por alguns anos, servindo básicamente como sede administrativa. No início da década de 1940 a cidade dobrou sua população, bem mais do que o previsto pela Comissão Construtora e passou por uma grande modernização. Consolidava-se a verticalização de sua área central. Assim como outras capitais do Brasil, os bondes serviram a população por muitos anos, em Belo Horizonte não foi diferente. No período de grande crescimento da cidade os bondes abrangiam mais regiões que o nosso metrô atual.
Rota atual do metrô de Belo Horizonte
Rota dos bondes em Belo Horizonte na década de 50
  Com uma linha indo até a Pampulha, o bonde seguia no canteiro central da Avenida Antônio Carlos. 

 


De forma gradual os ônibus foram inseridos nas ruas de Belo Horizonte, mas no fim dos anos 50, os bondes foram totalmente substituidos por ônibus elétricos, simbolizando inclusive, uma referência ao modernismo que neste período alcançava no Brasil seu apogeu com a construção de Brasília. Junto à construção da capital brasileira, o plano de metas do então presidente JK, promoveu a implatação da indústria automobilística e a construção de rodovias no Brasil. Influênciando diretamente no consumo desse mercado e fazendo o país dependente do transporte rodoviário.

 

Confirmada a participação de Belo Horizonte como uma das capitais sede nos jogos da Copa do mundo de 2014, os belorizontinos aguardam ansiosos por reformas urbanas que melhore a qualidade de vida na cidade e, consequentemente uma reforma substancial no sistema de transporte público. O tão sonhado metrô, que venha abranger mais regiões da cidade, parece ser ainda uma distante realidade, outras propostas como vias únicas para ônibus são estudadas e mais certas de serem implantadas. De fato, devemos estar conscientes de que somente abrir mais espaço para os carros não vai resolver o problema, pontos que envolvem meio ambiente, qualidade de vida e eficiência são de suma importância no desenvolvimento de projetos para nossa cidade.










 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Andrea Chénier. A Revolução na Ópera

, Há algum dias atrás tive a oportunidade de assistir uma Ópera intitulada Andrea Chénier de Umberto Giordano. Muito bem produzida e com excelência nos detalhes e na interpretação, o espetáculo é envolvente e prende a atenção do espectador até o fim. Andrea Chénier caiu no gosto do público desde sua estréia, em 1896, com o enredo que relata a história de um grande poeta francês.
"Andrea Chénier é uma ópera de grandes paixões, grandes paradoxos: amor e esperança em meio a reviravoltas políticas e destruição."
 A trama aborda a vida de Chénier, um grande poeta moderno, preso e guilhotinado durante o período do Terror na Revolução Francesa. Publicou pouco e foi conhecido apenas depois de sua morte, aos 32 anos. Ele era um revolucionário que fez dos seus poemas uma arma contra os abusos da revolução e se apaixona pela nobre jovem, Maddalena Coigny.
Um ponto que teve lugar especial na ópera foi o cenário, projetado pelo cenógrafo Renato Theobaldo, que usando poucos objetos de cena e estruturas em grande escala, conseguiu retratar as ambientações com originalidade e beleza. O cenógrafo não se ateve em montar cenários que representassem fielmente a arquitura e as paisagens francesas do século XVIII. Pelo contrário, usando matériais muitas vezes simples como plástico transparente, tule e malhas, alcançou um grande efeito visual e aparentemente de fácil montagem, o que para um grande espetáculo com pequenos intervalos entre os atos é essencial.
Em todos os cenários foram usadas duas estruturas com escadas sendo que uma delas era ligada a uma grande rampa. O primeiro ato se passa no jardim de inverno do castelo dos condes de Coigny, na província francesa. Nessa montagem foram usados apenas plásticos transparentes, que formavam colunas e paredes de cor prata devido à iluminação.
 No segundo ato, o elenco está reunido em um lugar público, o terraço de um café. Há um altar dedicado a Marat, com o busto do revolucionário. Dessa vez as cores remetiam as da bandeira da França, assim como os extravagantes figurinos. No fundo um grande pano azul, e pendurado por cima das mesas algumas peças de tule branco com algumas roupas.
No terceiro ato, a cena se passa no tribunal revolucionário, com um pano de fundo vermelho, escadas e dessa vez, uma grande rede de malha costurada. Nessa mesma cena, a estrurura de malha é movida para a lateral, abrindo espaço no meio do palco.


A grande surpresa ficou para o final, o quarto e último ato se passa na prisão de Saint Lazare. No pátio da prisão é onde Chénier escreve e depois encontra Maddalena antes da morte. O cenário ficou à altura da cena, a estrutura de malha continuou, só que agora com mais uma grande parte anexada, retorcida junto à primeira formando um teto. De fato, o cenógrafo alcançou com simplicidade de material um grande impacto visual. 



Antes de entrar para o Grande Teatro no Palácio das Artes e assistir a ópera, confesso que esperava encontrar um cenário bem tradicional, fiel aos detalhes da época, mas fui surpreendido por algo simples e impactante. 

Confira aqui mais fotos: http://picasaweb.google.com/117298126087730063788/OporaAndreaChenier#