terça-feira, 23 de novembro de 2010

Projeto para revitalização da região central de São Paulo conhecida como "Cracolândia"

A Prefeitura apresenta primeira fase do projeto de revitalização da região cenrtal do município

Cracolândia é uma conhecida região no centro da cidade de São Paulo, nas imediações das avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a rua Mauá, onde historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas. Recentemente, a Prefeitura de São Paulo lançou um programa denominado "Nova Luz" para promover a reconfiguração e requalificação da área.


O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal e iniciado em 2005. Os planos incluem a desapropriação de pelo menos 89 imóveis degradados, entre outros tipos de edificações, como por exemplo, estacionamentos e galpões. Essa ação abrirá espaço para calçadas mais largas, ciclovias e um novo parque. O intuito da prefeitura é também, atrair sedes de empresas criando um pólo de comercio e serviços. Desde a epóca da aprovação do projeto a prefeitura iniciou algumas modificações na região, recapeamento da pavimentação, maior iluminação pública e policiamento mais intenso.
Na quarta-feira (17/11/2010) a prefeitura lançou a primeira fase de abertura de consulta pública do projeto preliminar de reurbanização da área que compõe 500 mil m². 
O projeto aborda três principais pontos: aproveitamento da vitalidade do comércio e das atividades culturais existentes para atrair novos moradores, trabalhadores, estudantes e visitantes; potencialização do investimento público realizado em infraestrutura de transporte e cultura; e indução ao desenvolvimento e investimentos na área por meio de concessão urbanística. Aproveitando da acessibilidade da região, a reforma pretende previlegiar o o uso dos novos espaços principalmente por pedestres e ciclistas. Oferecendo novas oportunidades de trabalho e moradia em um lugar agradável e dinâmico, atraindo também a população para eventos culturais. "Um bairro sustentável" é a visão da região Nova Luz.
Inspirado em pontos turísticos de cidades como Barcelona e Nova Iorque, o projeto preliminar prevê uma estrutura urbanistica composta por três eixos. O primeiro abrange a região da rua Vitória, inspirado na Rambla, a principal rua turística de Barcelona, deve se tornar uma "boulevard" de 13 m de largura, sendo permitido somente o trânsito de pedestres e bicicletas. Na rua dos Gusmões, o projeto é um parque "similar ao Bryant Park, em Nova Iorque", haverá um centro de entretenimento, com cinemas, cafés e lojas. "Haverá também uma revitalização na área entre a avenida Duque de Caxias e a rua Mauá para a criação de um passeio cultural. Ainda, o corredor Rio Branco deverá ter as calçadas aumentadas e receber ciclovias". Outras praças estão previstas para o projeto. O acesso ao metrô e linhas de transporte público também recebe atenção, incentivando e facilitando o acesso do usuário ao serviço.

Rua Vitória virará "boulevard" inspirada em La Rambla, em Barcelona
Setor cultural e de entretenimento
Como já visto a revitalização pretende diminuir a circulação de carros, incentivar o comércio já existente, atrair novos moradores e aumentar as áreas verdes. No entanto, pontos importantes não foram aprofundandos e sofrem severas críticas. Para alguns a reforma no bairro da Luz não passa de uma "limpeza social", o projeto se torna excludente, pois não trata com clareza a situação dos viciados que circulam na área, em sua maioria menores de idade, e moradores de rua. "Alguns críticos alegam que o projeto ignora ideias mais criativas que poderiam ser tomadas para a região através de outros arquitetos, urbanistas, engenheiros e sociólogos".

Corredor da Avenida Rio Branco
Parque Nébias, inspirado no Bryant Park, em Nova Iorque
Passeio cultural na Rua Mauá
Separação por setores da Nova Luz após a reformulação
De fato, a iniciativa de uma revitalização de uma região central degradada que visa o acesso preferencial do pedestre é fundamental para os grandes centros urbanos. O que não pode ser desconsiderado, nesse e em casos semelhantes, é o contexto social da localidade. A região apresenta problemas sociais conhecidos em todo país, e uma reforma urbana excludente não solucionará o problema, simplismente o mandará para outro lugar.  
O projeto ainda passará por discussões setoriais, com agentes públicos, comerciantes, moradores e demais interessados em audiências públicas. A intenção deve ser evoluir o projeto para que o mesmo alcançe uma estrutura de inclusão não desprezando a população local. Contando com a colaboração de toda dos moradores para que a obra seja de real utilidade e acessivel aos locais e toda cidade, não se tornando mais uma 
"maquiagem urbana" ou uma região de especulação imobiliária.


fontes:
  

 

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