Observações sobre o transporte público na capital mineira no passado e hoje.
Se existe um assunto sempre presente nas reclamações dos belorizontinos, este com toda certeza é o trânsito. A insatisfação da população é proporcional ao grau de dificuldade que é fazer, por exemplo, o pecurso Pampulha-Centro. As ruas cada vez mais cheias de carros, faz com que algumas iniciativas, como o alargamento de principais vias de acesso ao centro, sejam realizadas a fim de comportar o volume de carros presentes na cidade. Mas isso tem dado certo?
A verdade é que o caos no trânsito de BH, é resultado direto de um transporte público ineficiente e caro. Um serviço público que deveria proporcionar conforto e praticidade, acaba não atendendo satisfatóriamente à população, fazendo da capital mineira uma das maiores em proporção veículo por habitante do país. Enquantos os ônibus circulam lotados, os carros seguem com somente uma pessoa. O uso de bicicletas na cidade é muito restrito, o relevo acidentado e a falta de ciclovias inibem o uso desse meio de locomoção. Essa realidade, junto a relativa facilidade de adquirir um automóvel, contruibuiu e muito para os transtornos que vivenciamos no trânsito atualmente.
Um transporte público de qualidade, pode e deve ser a solução para os grandes centros urbanos, evitando o grande volume de veículos individuais, usados para sanar uma deficiência na organização urbana. Mas a criação de um transporte público eficiente, exige grandes investimentos e isso envolve interesses políticos e sociais que afetam sistemáticamente a rotina da cidade. Com efeito, a história que envolve o crescimento de uma cidade, é de suma importância e nos faz enteder a conjuntura atual. No caso de Belo Horizonte, primeira cidade brasileira planejada e executada nos moldes do modernismo, podemos identificar desde a sua construção, fatores importantes que definem os rumos do seu crescimento.
Planejada para ser a capital política e administrativa do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte sofreu fortes influências da ideologia positivista da República brasileira. Projetada pelo engenheiro Aarão Reis entre 1894 e 1897, elementos chaves do seu traçado incluem uma malha perpendicular de ruas cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de dimensões regulares e uma avenida em torno de seu perímetro, conhecida hoje como Avenida do Contorno. "Sob o ponto de vista topográfico, a localidade era apropriada a uma cidade de 200 a 500 mil habitantes, seguindo todas as regras da higiene e da estética",de acordo com Samuel Gomes Ferreira, engenheiro responsável pelo estudo de Belo Horizonte.
A cidade seguiu em relativa instagnação por alguns anos, servindo básicamente como sede administrativa. No início da década de 1940 a cidade dobrou sua população, bem mais do que o previsto pela Comissão Construtora e passou por uma grande modernização. Consolidava-se a verticalização de sua área central. Assim como outras capitais do Brasil, os bondes serviram a população por muitos anos, em Belo Horizonte não foi diferente. No período de grande crescimento da cidade os bondes abrangiam mais regiões que o nosso metrô atual.
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Rota atual do metrô de Belo Horizonte |
Rota dos bondes em Belo Horizonte na década de 50 |
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Com uma linha indo até a Pampulha, o bonde seguia no canteiro central da Avenida Antônio Carlos.
Confirmada a participação de Belo Horizonte como uma das capitais sede nos jogos da Copa do mundo de 2014, os belorizontinos aguardam ansiosos por reformas urbanas que melhore a qualidade de vida na cidade e, consequentemente uma reforma substancial no sistema de transporte público. O tão sonhado metrô, que venha abranger mais regiões da cidade, parece ser ainda uma distante realidade, outras propostas como vias únicas para ônibus são estudadas e mais certas de serem implantadas. De fato, devemos estar conscientes de que somente abrir mais espaço para os carros não vai resolver o problema, pontos que envolvem meio ambiente, qualidade de vida e eficiência são de suma importância no desenvolvimento de projetos para nossa cidade.
ahahahha..
ResponderExcluiro narrador do vídeo diz : "a retirada dos trilhos tem um valor simbólico de progresso"! Que dó, mal sabiam o que essa cidade iria se tornar.
Cara, adoro estas fotos antigas de BH! Queria muito ter vivido nesta época. Interessante é ver que o "ônibus sobre trilhos" que vão começar a construir na Antônio Carlos pra copa se assemelha ao velho bondinho na função e velocidade (não fazem mais de 40km/h)... e ele será montado exatamente no mesmo lugar! Prova de que progresso e retrocesso sempre andaram de mãos unidas.
ResponderExcluirmassa de mais, vejo q o povo usava bondes, e hoje o trânsito tá caótico ...
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